Atualmente o Brasil possui cerca de cinco milhões de empresas (IBGE). Destas, apenas 25 mil exportam produtos (representando 0,5% do total), e apenas 500 possuem subsidiárias ou franquias no exterior (representando 0,01%), segundo o estudo Trajetórias FDC de Internacionalização das Empresas Brasileiras (2019). Ainda que a quantidade de empresas brasileiras que apostam na internacionalização seja pequena em relação ao número total de organizações nacionais com operações somente no país, há uma tendência de crescimento para investimentos no mercado internacional.
Cristinna Araújo, CEO da My Euro Business, empresa que atua como aceleradora do crescimento internacional na Europa para empreendedores brasileiros, aponta que o movimento levou a possibilidade para que empresas busquem cada vez mais por novas economias e mercado com foco no crescimento e estabilidade.
Uma empresa pode internacionalizar seus produtos ou serviços fazendo a exportação ou através de uma operação “in loco”, com abertura de filiais em outros países. “Vale destacar que empresas transnacionais alcançam maiores vantagens, visto que essas continuam tendo suas matrizes em seus países de origem e abrem filiais em outros. Por isso, se beneficiam pela presença local de incentivos fiscais, acordos entre países e subsídios, entre outros pontos de vantagens”, afirma Cristinna. Ela ressalta ainda que nos últimos anos, as empresas brasileiras não consideraram muito a Europa na hora de internacionalizar, dando preferência aos Estados Unidos.
Empresários brasileiros destacam a importância do subsídio do governo europeu
Thiago Cavalcante, Cofundador da Inflr, empresa focada na criação de soluções de marketing digital usando a tecnologia mais recente para influenciadores, viu na expansão internacional para Portugal uma oportunidade de crescimento, estabilidade e credibilidade para seu negócio. A empresa iniciou o processo de internacionalização para o mercado português com a ajuda da My Euro Business.
“O Brasil é muito avançado, nós somos o terceiro maior do mundo em algumas redes sociais, e nós temos em média 137 milhões de usuários com celular. Então somos o que há de mais novo em rede social, e os outros países acabam tendo uma cópia do que a gente faz. O mercado português é muito grande, com muita receita concentrada, então para qualquer negócio, independentemente de ser digital ou não, vale a pena expandir. A My Euro Business foi muito interessante para a gente no contexto e no formato de nos auxiliar com subsídios de Portugal. Além de já termos o desejo de expandir, ter o subsídio do governo da Europa, que consegue arcar com até 70% dos nossos custos foi um dos principais motivadores.”, afirma Thiago.
Outra empresa que deu seus primeiros passos para expansão internacional, com foco em Portugal, foi a MyZapCard, plataforma de cartão de visitas digital inteligente e integrado com networking digital e otimizado. “A internacionalização sempre esteve em nosso roadmap, e como nós temos uma veia muito forte voltada para o ESG, nós sempre tivemos a ambição de impactar positivamente não só o Brasil, mas também o mundo. Escolhemos Portugal não apenas pela ausência de barreiras linguísticas, mas também devido aos programas e incentivos do governo português, apresentado a nós pela My Euro Business. Isso influenciou muito a nossa decisão, além do fato do país ter a ambição de se tornar um polo de tecnologia”, destaca Raffael Mesquita, CEO da MyZapCard.
Fome de importação
Para fomentar os novos negócios e o desenvolvimento da economia do País, Portugal abriu neste segundo semestre de 2021 o programa “Portugal 2030” com investimento de subsídios para internacionalização de empresas no mercado português. “No programa existem várias linhas de incentivos tanto para iniciar um projeto, como para fazer a ampliação global da empresa, ou seja, internacionalizá-la através de Portugal”, explica Cristinna. Nesse contexto, empresários do Brasil buscam orientações para internacionalizar empresas no mercado europeu.
A UE tem uma população de mais de 500 milhões – ou seja, 500 milhões de clientes potenciais com alta renda per capita. E os consumidores europeus têm uma mentalidade internacional, buscando os melhores produtos do mundo. Mesmo durante o pior da recessão da zona do euro, as importações estavam aumentando.
Serviço: https://www.myeurobusiness.com.br
Foto abertura: Unsplash
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