Consultora empresarial Regina Nogueira, explica como o rebranding pode auxiliar os profissionais com mais de 50 anos em uma transição de carreira, ou em outras mudanças de rumo.
As mudanças são cada vez mais rápidas nas empresas, e a capacidade disruptiva dos millennials costuma ser melhor recebida nesse contexto do que a experiência dos baby boomers. Para manterem-se competitivos e em evidência em um mercado em constante evolução, os 50 + precisam se atualizar e se capacitar constantemente, buscando sempre o novo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE, cerca de 55 milhões de brasileiros têm mais de 50 anos, número que corresponde a 25% da população brasileira atual. Até 2040, metade da força de trabalho terá mais de 50 anos. Diante dessa acelerada transformação etária, é fundamental que os profissionais acima dos 50 mantenham-se informados e ativos no mercado de trabalho.
“Para isso, quando chega esse momento da vida, o caminho é descobrir o propósito para os próximos 50 anos. Hoje a expectativa de vida é cada vez mais longa, e o ciclo de reinvenção nunca termina. Pensando dessa forma, é possível assumir as rédeas da transformação pessoal, tornando-se mais confortável consigo mesmo e imprimindo sua marca na construção de um mundo melhor”, pondera a consultora empresarial Regina Nogueira, que também é especialista em reposicionamento de marca pessoal e corporativa e autora do livro “VOCÊ É UMA MARCA. Descubra como o PersonalRebranding pode mudar a sua vida por meio das marcas“.
Segundo Regina, o rebranding pode ajudar os 50+ a se reconectarem e resgatarem esse propósito, encontrando em si mesmos a razão de viver. “Não importa a idade, gênero, profissão, religião, orientação sexual, time de preferência ou filiação política. Todos nós estamos sempre interagindo com o mundo e reconstruindo a nossa marca pessoal. É a experiência que define o valor de alguém na sociedade, modela conexões interpessoais e, por fim, cria um legado”, salienta.
O personal rebranding é um conceito inovador criado por Regina, que promove mudanças na vida pessoal e profissional, fazendo o indivíduo ajustar comportamentos, levando ao desenvolvimento na carreira e em todas as áreas da vida. Nas empresas, leva a mudanças nos diversos aspectos do ambiente corporativo. “Nas experiências de rebranding, costumo estabelecer, em parceria com o cliente, um percurso de reflexão e auto-aprendizado. Temos uma essência que permanece conosco do primeiro ao último dia de vida. A ele associamos uma gama de talentos, defeitos, saberes, preconceitos, capacidades, traumas, ódios e amores. O rebranding é uma ferramenta transformadora, pois leva a pessoa a se reconectar com sua essência”.
Confira dicas de Regina para os 50+ se reconectarem com seu propósito pessoal e se manterem ativos no mercado:
1 – Avalie sua trajetória e mire no futuro
Conhecer-se bem é o primeiro passo, pois, além de ser importante para qualquer profissional, é primordial para se reposicionar no mercado de trabalho ou se manter nele. “É impossível atingir qualquer meta sem saber com clareza onde queremos chegar. Por isso, olhar para dentro de si mesmo é essencial”, diz Regina.
Na visão da autora, é “importante compreender a beleza do que se fez no passado para, então, recomeçar pela potência e não pela fragilidade, insegurança ou instabilidade”. “Esse exercício ajuda a ter uma visão mais nítida de tudo o que já se fez, valorizar a trajetória, e definir o que temos a agregar à sociedade nesse novo momento de vida e de carreira”, ensina a consultora.
2 – Nunca é tarde para aprender
Reciclar os aprendizados, aprimorar habilidades, aperfeiçoar conhecimentos são práticas que devem virar hábitos, principalmente diante de tantas novas ferramentas e novas tecnologias ao nosso dispor. “Nunca se deve desistir de aprender, deixar de estudar e de se capacitar, não apenas tecnicamente como também filosófica e emocionalmente. Tudo isso, além de contribuir para o crescimento intelectual, amplia a consciência do papel que uma pessoa de 50 anos ou mais pode ter não somente no mundo corporativo, mas na vida dela, das pessoas com quem convive, dos amigos e familiares”, salienta a autora.
3 – Troque experiências com os mais jovens
As pessoas das novas gerações, embora mais jovens, não deixam de ser um “arsenal” de novos conhecimentos. Para Regina, trocar ideias com os mais jovens e compartilhar experiências com eles é uma boa estratégia para renovar os conhecimentos e manter a mente aberta.
“Aceitar que as coisas podem mudar, depois de muito tempo, faz parte da nossa caminhada evolutiva. Abrir-se para novas possibilidades, ser flexível e estar disposto para novas descobertas é fundamental para o crescimento pessoal e profissional”, recomenda a especialista.
4- Não se limite
Para Regina, a idade não deve ser vista como uma limitação, e sim como uma oportunidade de iniciar algo novo, se redescobrir e se reinventar. “Costumo dizer que os 50 são os novos 35, no sentido de que, hoje, vive-se muito mais, e com todos os recursos, tecnologias e informações das quais usufruímos no mundo moderno, conseguimos facilmente nos manter atualizados e produtivos na sociedade”, afirma a especialista.
Por isso, na visão da consultora, os profissionais 50+ devem pensar grande. “Nada de se limitar ou duvidar de sua capacidade de realização, esses profissionais podem- e devem- ousar e se dedicar a coisas novas, na carreira e também na vida. Somos pessoas, não somos números – a idade deve ser encarada de forma positiva, no sentido de que a experiência é um plus, e não um peso”, finaliza.
Foto abertura: Unsplash
Foto regina: Divulgação
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