Personalizar preferências de consentimento

Usamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para habilitar as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

Nenhum cookie para exibir.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

Nenhum cookie para exibir.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

Nenhum cookie para exibir.

Performance cookies are used to understand and analyse the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

Nenhum cookie para exibir.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customised advertisements based on the pages you visited previously and to analyse the effectiveness of the ad campaigns.

Nenhum cookie para exibir.

Conheça o projeto Bingo que nasce no Sertão da Paraíba e vai estudar nosso céu

No Sertão Paraibano, em breve, um radiotelescópio será instalado para que cientistas possam conhecer ainda mais, e melhor, o céu brasileiro. Chamado de BINGO, o projeto (que está sendo construído em São Paulo) tem como objetivo principal entender melhor a matéria e a energia escura do espaço. Mas qual a diferença entre uma e outra? Coordenador do projeto, Elcio Abdalla, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) explica. 

“Ambas se referem a objetos que não podem ser vistos, elas não interagem com a luz, portanto não transmitem informação eletromagnética. A informação eletromagnética é, na verdade, tudo o que podemos ver. As outras interações, se houver, não estão facilmente ao nosso alcance”, conta. 

Mas porque é tão importante conhecer essa parte do Universo e, principalmente, quais os benefícios que isso pode trazer? Segundo Abdalla, essas respostas não podem ser vistas de forma tão simples ou prática. O fato de conhecermos quase nada dessas áreas abre um leque também de possibilidades, por exemplo, do que podemos encontrar lá. “A solução para algum problema nosso pode estar lá. A história da humanidade é feita não pela curiosidade sobre o que está óbvio, mas por tudo aquilo que não podemos ver também, pelo desconhecido”, afirma. 

O que é o setor escuro, quais suas propriedades, são perguntas que devemos responder se quisermos conhecer, e eventualmente utilizar, os segredos ali dormentes. Quais são? Ninguém sabe, e ninguém saber não é ruim, pelo contrário, significa que pode ser algo grandioso e não sabemos ainda. Se há uma economia ali escondida não sabemos, mas a aplicação de recursos é ínfima em relação ao que podemos obter. Veja como os Estados Unidos cresceram fazendo ciência. Veja como a civilização mudou nos últimos 300/400 anos desde a revolução científica. 

Mas afinal, qual a diferença?

Os nomes, diz Abdalla, são “fantasia”. Isto porque em princípio, matéria e energia são equivalentes, mas neste caso, a matéria escura foi assim chamada porque ela é pesada, então acaba por nos lembrar de algo tenso, rígido. “Nem isto é verdade, em princípio poderia ser mesmo um líquido transparente pelo qual passamos sem nos apercebermos da sua presença. A única interação seria a atração gravitacional. No entanto, se passarmos por, digamos, uma piscina de matéria escura, pode ser que nem a percebamos, passamos incólumes por ela, ou seja, “não nos afogamos”. Este é o entendimento atual que temos sobre matéria escura, pode ser que seja simplesmente isto”, pontua o professor. 

A energia escura é “ainda mais misteriosa”. Se ela for mesmo apenas uma constante cosmológica, jamais a perceberemos de perto. Mesmo de longe, o que sobraria dela seria a aceleração, uma espécie de repulsão (é mais tênue ainda que isto!). 

O problema é que tudo isto ainda é especulativo, a verdade é que ninguém sabe, e estes são apenas modelos que funcionam, mas o fulcro da questão, ou seja, o que são a matéria e a energia escura é a grande questão que ninguém pode responder hoje. 

Benefícios contínuos

Além de ciência e aprofundamento sobre o céu brasileiro, o BINGO trará outros benefícios para o país, explica Abdalla. “Há a tecnologia que virá como consequência. No caso da astronomia e do conhecimento intrínseco da matéria, temos, primeiramente, a tecnologia que vamos desenvolver ao construir o aparelho. Já estamos fazendo isto ao construir as cornetas, por exemplo. A companhia que está fazendo isto, é uma metalúrgica que está adquirindo outros conhecimentos técnicos. Teremos muito mais em conhecimentos em eletrônica, ou mesmo em construção” 

A exploração do espaço é algo que deve ser feito cedo ou tarde, afirma o professor: “sem dúvida por esta ou pela próxima geração”, afirma. “Para explorarmos o espaço devemos conhecê-lo. Vamos nós, no Brasil, ficar novamente na retaguarda, ou vamos fazer algo? Para fazer algo e estar na vanguarda dos conhecimentos e de seu uso, devemos agir e participar”, complementa Elcio Abdalla. 

Sobre o Projeto Bingo 

O BINGO é um projeto internacional, liderado pelo Brasil, para a construção de um radiotelescópio no município de Aguiar, no sertão da Paraíba. Esse telescópio tem o objetivo de estudar cosmologia e astrofísica usando a faixa de rádio, inaugurando uma nova janela de observações do nosso Universo para desvendar algumas questões em aberto na cosmologia e astrofísica, tendo um importante papel nas novas descobertas. 

Com tecnologia predominantemente nacional (USP, INPE e UFCG), o BINGO representa um importante projeto para a ciência brasileira com colaboração internacional da China e Reino Unido e com pesquisadores independentes dos Estados Unidos, Coréia do Sul, França, Alemanha, Itália, Espanha, África do Sul e Suíça. 

Leave a Reply

Your email address will not be published.