A cidade do Rio de Janeiro vai sediar, no ano que vem, o principal evento de inovação e empreendedorismo em energia do mundo: o Rio Energy Summit. O anúncio será feito nesta quarta-feira (30) em Boston, nos Estados Unidos, pelo governador Cláudio Castro, durante as comemorações dos dez anos do Programa de Aceleração de Empreendedorismo Regional (MIT REAP), do Massachusetts Institute of Technology (MIT), considerada, no ano passado, a melhor universidade global em conversão de pesquisa acadêmica em negócios. A data do encontro está sendo definida, mas a perspectiva é que ocorrerá em junho de 2024. O evento será anual.
Essa será a primeira vez que o MIT realizará um evento desse porte fora dos Estados Unidos. O Rio Energy Summit reunirá mais de 10 mil pessoas e será palco de discussões sobre transição energética e sustentabilidade no mundo.
Para o governador fluminense, com o Rio Energy Summit o estado do Rio de Janeiro retoma a vocação para receber grandes eventos, como congressos, feiras, competições e shows. “O anúncio de hoje coloca o estado do Rio como líder global nas discussões sobre sustentabilidade e inovação”. Segundo Castro, o ecossistema de inovação de energia é setor estratégico e fundamental para o avanço do Rio, do Brasil e do mundo. “Hoje, somos um hub (ponto de concentração) energético e temos vocação para nos tornar um grande polo gerador de energia limpa e diversificada”.
O secretário estadual de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal, acrescentou que o Rio de Janeiro avança para se tornar referência nacional na transição energética. “A realização do Energy Summit no estado reforça nosso trabalho e consolida o compromisso do Rio com o meio ambiente, com o desenvolvimento sustentável e com a descarbonização da economia”.
O líder do MIT REAP Rio, Hudson Mendonça, disse que o evento é uma continuação do programa de aceleração de regiões, que busca construir grandes sistemas de inovação, como o Vale do Silício, por exemplo, tendo como base uma metodologia que o MIT estuda há 20 anos. Mendonça explicou que o Rio de Janeiro disputou com outros países a sede do evento mundial. “Disputamos com outros países o direito, porque a área de energia e sustentabilidade está crescendo muito no mundo inteiro. Conseguimos ter o direito de preferência e levar esse evento do MIT energia para o Rio de Janeiro”.
Mendonça explicou que os grandes eventos de inovação costumam mudar a realidade da região. Isso ocorreu em Portugal, que tinha um papel reduzido na área de tecnologia da informação e comunicação e acabou se tornando referência na Europa dez anos depois, após a realização do Web Summit no país.
Para ele, o estado do Rio abriga grandes cérebros em todas as áreas, mas não consegue transformar esse conhecimento em negócios, como ocorre em outras regiões. Essa é uma deficiência que o Rio Energy Summit pretende resolver. A ideia é que, no setor de energia e sustentabilidade, a gente traga a metodologia do MIT para fazer o maior evento do mundo nessa área, em termos de inovação e empreendedorismo. “A gente começa essa primeira edição do evento com um público estimado de 10 mil pessoas, trazendo o próprio MIT para o Rio de Janeiro de maneira perene. E a ideia é que esse evento vá crescendo ainda mais e se torne o maior do mundo nessa área”. Mendonça deixou claro que não há nenhum evento de energia no mundo focado exclusivamente em inovação e empreendedorismo.
Consequências
“As consequências econômicas disso são enormes”, afirmou. Hoje, praticamente toda a região desenvolvida do mundo é baseada em um ecossistema de inovação. A ideia é atrair investidores, grandes empresas, centros de poder, startups (empresas nascentes de base tecnológica), cérebros, para desenvolver juntos o futuro da transição energética. “Isso é o que esse evento simboliza. É o lugar de encontro de pessoas do mundo inteiro. Não é um evento local. Embora seja no Rio de Janeiro, tem alcance global e vai discutir o futuro da transição energética e do setor de energia e sustentabilidade no mundo”.
O objetivo é chamar pessoas do mundo inteiro para participar do Rio Energy Summit a fim de discutir as rotas tecnológicas para uma transição energética, que envolve quatro D: descarbonização, digitalização, descentralização e democratização. “O que a gente quer é que, nesse evento, seja feito um esforço global”. Segundo Hudson Mendonça, o MIT pode ser um aliado nesse sentido, porque tem capacidade grande de transformar tecnologia em empresas. A universidade norte-americana gerou 30 mil empresas, que seguem vivas ainda hoje e cujo faturamento conjunto alcança US$ 1,9 trilhão, “mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil”.
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