O ritual de Réveillon é marcado por roupas brancas, bela ceia e o estouro de uma garrafa de espumante. Entre setembro e dezembro, as empresas que vendem esse tipo de bebida vivenciam sua temporada mais importante, representando de 40% a 70% do faturamento anual. Mas por que o espumante persiste, mesmo em um país onde a cerveja e a cachaça predominam?
Especialistas apontam para dois motivos principais: a tradição histórica do espumante como bebida das celebrações da nobreza europeia e a versatilidade da bebida, mais adaptável a qualquer paladar.
A história do espumante remonta ao século XVIII, quando Napoleão Bonaparte, apaixonado por champagne, associou a bebida a momentos de vitória e celebração. Antes desvalorizado na França, os espumantes de Champagne eram considerados falhas até aprimorarem a estabilidade dentro das garrafas, tornando-se símbolo de nobreza e presente em celebrações ao redor do mundo.
O mercado de espumantes tem crescido no Brasil, representando a “joia da coroa” das produtoras de vinho. O clima favorável do país para a produção e a grande variedade de tipos, dos doces aos secos, contribuem para o sucesso. Em 2022, foram vendidos 30,6 milhões de litros, destacando-se como uma escolha popular no país.
Apesar da qualidade, oferta e preço atraentes, as vendas de espumantes se concentram no final do ano, especialmente durante as festividades de Natal e Réveillon. A tradição de abrir a garrafa, o estouro e as bolhas que proporcionam uma experiência única são fatores que contribuem para a escolha dessa bebida festiva.
Para as empresas, o último trimestre do ano representa uma porcentagem significativa das vendas anuais de espumantes. Estratégias e lançamentos começam com antecedência, visando atender à demanda sazonal. Após desafios nos anos anteriores, como a queda nas vendas durante a pandemia em 2020 e a competição com a cerveja durante a Copa do Mundo em 2022, as expectativas para 2023 são cautelosas devido à desaceleração econômica.
Deixe seu comentário