Obra de Ramon Martins (São Paulo)
O movimento cultural Vulica apresenta “Natureza Urbana”, de 20 de agosto a 20 de outubro, no Centro Cultural Banco do Brasil – Brasília. O festival reúne artes urbanas, graffiti e bioarte em busca do equilíbrio entre as pessoas, suas cosmologias e o meio ambiente da cidade. Uma plataforma de diálogo intercultural entre artistas internacionais e brasileiros de diferentes cidades e etnias, que celebra a sabedoria dos povos originários e a diversidade das abordagens artísticas.
“Natureza Urbana” propõe intercâmbios criativos em busca do mundo que sonhamos. A programação inclui exposições, intervenções artísticas interativas, performances, oficinas e bate-papos que buscam equilibrar diferentes visões de mundo. Entre as linguagens exploradas, destacam-se: graffiti, pintura, lambe-lambe, stencil, land art, bioescultura e meditação.
Comprometido com a sustentabilidade ambiental, social e econômica, o projeto utiliza técnicas inovadoras de produção, desde o manejo responsável de resíduos até o uso de tintas à base de água, resinas e pigmentos naturais. Essas práticas são acompanhadas por uma linguagem positiva, engajamento comunitário, acessibilidade e celebração da diversidade. Os artistas convidados são experimentalistas comprometidos com esses ideais. A expressão artística de cada um contribuirá para a criação do Manifesto “Natureza Urbana”.
A curadoria realizada por Mila Kotka e Nina Coimbra apresenta obras de ECHO (Belarus), Daiara Tukano (DF), Ramon Martins (SP), Adriane Kariú (DF), André Morbeck (GO), Bazinato (Belarus), Dante Horoiwa (SP), Mateus Dutra (GO), Mila Kotka (Belarus), Nina Coimbra (DF), Onio (DF), Thiago Alvim (MG), e Thiago Toes (SP). Esse caleidoscópio de artistas utilizará diversas técnicas para apresentar tanto obras prontas quanto novas criações ‘site specific’, transformando o CCBB Brasília em um espaço de criação e experimentação antes mesmo da abertura oficial do espaço expositivo, convidando o público a participar ativamente dessa evolução.
O projeto “Natureza Urbana” nasce do movimento cultural Vulica Brasil, com patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Breve histórico do movimento Vulica
O projeto “Vulica”, que significa “rua” em belarusso, nasceu em Minsk e agora traz novo dinamismo ao CCBB da capital federal. O projeto “Natureza Urbana” integra as comemorações dos 10 anos do movimento artístico e festival Vulica Brasil, realizado cinco vezes em Minsk, Belarus, de 2014 a 2019. Durante esses anos, mais de 50 murais de grandes proporções foram legados à cidade, assim como esculturas, instalações, exposições e um plano urbanístico para a “Rua Brasil”, nome carinhosamente dado a ela pelos seus frequentadores. Essas iniciativas tiveram impacto significativo no desenvolvimento urbanístico da região, cujas repercussões perduram até hoje.
Em Brasília desde 2020, Vulica realizou em 2022 o projeto de urbanismo tático Acorda, Conic!, desafiando moradores do Distrito Federal a criarem intervenções artísticas e urbanísticas no i-Cônic-o Conic. Diferentes mentes criativas de Brasília se reuniram em workshops e idealizaram mudanças positivas para o local.
No ano seguinte, o CCBB Brasília foi palco do Imagine Skate Tour, com a participação do Vulica. Na ocasião, quatro murais foram pintados pelos artistas brasilienses Gurulino, Ramon Phantom, Omik e Corujito, além de serem ministrados workshops de spray com Siren e Gurulino, e de estêncil com o artista goiano Diogo Rustoff.
Artistas:
Echo (Belarus): Dupla artística de escultores belarussos, cria gigantescas esculturas de bambu que abraçam o espaço, convidando os visitantes a se tornarem parte da obra e a sentirem a conexão com o ambiente.
Daiara Tukano (DF): Artista indígena do povo Tukano, traz consigo a filosofia ancestral de viver em harmonia com a natureza e aprofunda-se em conhecimentos sagrados sobre o universo.
Ramon Martins (SP): Artista urbano conhecido por suas obras monumentais, pratica a arte diretamente no meio ambiente, destacando elementos da natureza que estão desaparecendo das cidades e ensinando a conviver harmoniosamente com eles.
Adriane Kariú (DF): Artista do povo Kariú-Kariri (CE) e nascida no Gama (DF). Sua pesquisa artística é uma investigação da experiência do corpo sob o metafísico e onírico, ao voltar a atenção às coisas vivas; além da desterritorialização, diáspora, fluxos migratórios e memória familiar. Aborda também temáticas que atravessam assuntos como geracionalidade, identidade, arquivo e futurismo ancestral.
André Morbeck (GO): Artista plástico, desenhista e pintor goiano. Formado em Artes Visuais pela UFG, atua há 15 anos na produção de pinturas em papéis, placas, telas e murais. Tem um repertório visual carregado de simbologia e ancestralidade, com elementos que transitam do figurativo ao abstrato.
Bazinato (Belarus): Praticante de arte como hipnose e defensor da “ecologia sombria”, cria arte não apenas para os humanos, mas também para os não-humanos, promovendo uma compreensão não antropocêntrica do mundo. Além de elementos da natureza, utiliza como insumos para suas obras os resíduos gerados pelas demais produções artísticas, como plástico, papel, latas e afins.
Dante Horoiwa (SP): Artista nipo-brasileiro que trabalha com a conexão mística espiritual entre o ser humano e a natureza, baseia-se em sonhos e no subconsciente humano.
Mateus Dutra (GO): Artista visual de Goiânia, explora a relação entre desenho e pintura, incorporando formas inspiradas pela estética singular do Cerrado do Planalto Central. Sua obra destaca-se pelos recortes característicos do grafite, com a sutileza do gesto minucioso proporcionado por instrumentos como pincéis, lápis e spray.
Mila Kotka (Belarus): Artista belarussa e uma das idealizadoras do projeto, cria bio-hieróglifos utilizando elementos da flora nativa para transmitir segredos da natureza em diferentes mídias contemporâneas, incluindo fotografia, videoarte e realidade virtual. Mídias híbridas em busca de equilíbrio entre vários meios artísticos, entre ética e estética, práticas espirituais e ciência.
Nina Coimbra (DF): Nascida em Brasília, é artista e co-curadora do projeto. Trabalha com o diálogo entre design e arte, criando objetos que transmitem ideias e sensações simples do humano enquanto experimenta com materiais orgânicos entre formas, signos e símbolos universais. Matérias primas como o barro e a palha mediam símbolos como o da cobra e adicionam um toque especial ao multiverso da Natureza Urbana.
Onio (DF): Um dos pioneiros da arte urbana no DF. As tubulações orgânicas, aglomerações urbanas e maquinários impossíveis que compõem o emaranhado gráfico de sua obra são originados de um processo de pintura ou desenho obsessivo que costuma ser livre e espontâneo, como a própria natureza.
Thiago Alvim (MG): Artista urbano de Belo Horizonte que incorpora raízes naturais em suas linhas de graffiti, explorando a integração entre o ambiente urbano e a natureza. Nesse projeto, explora a vida vegetal, desde a semente até a morte, incluindo seu uso prático nas cidades e o ciclo da vida das plantas na obra de arte.
Thiago Toes (SP): Artista de São Paulo que visualiza o cosmos em suas obras, convida o espectador a expandir a visão e a compreender a vastidão do universo, numa poesia visual da dialética entre o micro e o macro, o clássico e o contemporâneo.
Programação:
3 de agosto
- “Energia da Natureza” – Oficina de Bioescultura com ECHO (Belarus)
- Das 10h às 13h (Sugestão de faixa etária: 16+ anos)
- Número de participantes: 15 vagas
- Local: Torre 04
20 de agosto
- Cerimônia de abertura, visita guiada com artistas e curadoras e apresentação musical ao vivo – Pavilhão de Vidro e Área Externa
- Das 16h às 22h
- Aberto ao público
- Local: Deck e Jardim
24 de agosto
- “Quando o Adormecido Acordar” — Oficina de Imersão Ambiental com Bazinato (Belarus)
- Das 16h às 17h45 (Sugestão de faixa etária: 16+ anos)
- Número de participantes: 15 vagas
- Local: Concentração no Pavilhão
31 de agosto
- Oficina de Spray com Thiago Alvim (MG)
- Das 14h às 17h (Sugestão de faixa etária: 16+ anos)
- Número de participantes: 10 vagas
- Local: Torre 01, em frente à Galeria 4
3 de setembro
- Cerimônia de abertura, visita guiada com artistas e curadoras e apresentação musical ao vivo – Galeria 1
- Das 18h às 21h
- Aberto ao público
- Local: Deck e Jardim
8 de setembro
- “Colagem Automática” – Oficina de Colagem com Onio (DF)
- Das 14h às 17h (Sugestão de faixa etária: 12+ anos)
- Número de participantes: 15 vagas por turma
- Local: Torre 01, em frente à Galeria 4
- “BioArte Meditação” – Oficina de Criação de Símbolos Sacros com Elementos de Plantas Urbanas com Mila Kotka (Belarus)
- Das 14h às 17h (Sugestão de faixa etária: 16+ anos)
- Número de participantes: 10 vagas
- Local: Galeria 1
13 de setembro
- “Transformando Espaços Urbanos” – Oficina de Lambe-Lambe com Adriane Kariú (DF)
- Das14h às 17h (Sugestão de faixa etária: 9+ anos)
- Número de participantes: 15 vagas
- Local: Torre 01, em frente à Galeria 4
20 de outubro
- Encerramento de “Natureza Urbana” com intervenções artísticas
- Das14h às 17h (Livre)
- Local: Deck e Jardim
SOBRE O INSTITUTO VULICA BRASIL
O iVB é uma plataforma de produção de eventos culturais, exposições, festivais e projetos socioambientais com convidados especiais da Família de artistas Vulica Brasil. Nossas coleções físicas e digitais exibem arte contemporânea e atemporal, com ênfase em arte urbana/graffiti/arte de rua/muralismo.
Em outras palavras, o iVB é atitude transformada em arte, experimentação multilinguagem, “faça-você-mesmo”, combinada com ação cultural, urbanismo sustentável, ciência, reativação de espaços públicos, responsabilidade social e ecumenismo humanista.
SOBRE O CCBB BRASÍLIA
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília foi inaugurado em 12 de outubro de 2000, e está sediado no Edifício Tancredo Neves, uma obra arquitetônica de Oscar Niemeyer, e tem o objetivo de reunir, em um só lugar, todas as formas de arte e criatividade possíveis.
Com projeto paisagístico assinado por Alda Rabello Cunha, o CCBB Brasília dispõe de amplos espaços de convivência, bistrô, galerias de artes, sala de cinema, teatro, praça central e jardins, onde são realizados exposições, shows musicais, espetáculos, exibições de filmes e performances.
Além disso, oferece o Programa Educativo CCBB Brasília, programa contínuo de arte-educação patrocinado pelo Banco do Brasil que desenvolve ações educativas e culturais para aproximar o visitante da programação em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), acolhendo o público espontâneo e, especialmente, milhares de estudantes de escolas públicas e particulares, universitários e instituições, ao longo do ano, por meio de visitas mediadas agendadas, além de oferecer atividades de arte e educação aos fins de semana.
Desde o final de 2022, o CCBB Brasília se tornou o terceiro prédio do Banco do Brasil a receber a certificação ISO 14001, sendo que no ano de 2023, obteve a renovação anual da certificação, como reconhecimento do compromisso com a gestão ambiental e a sustentabilidade.
A conquista atende à Ação 24 da Agenda 30, que tem por objetivo reforçar a gestão dos programas, iniciativas e práticas ambientais e de ecoeficiência do BB e demonstra o alinhamento do CCBB Brasília à estratégia corporativa do BB, enquanto espaço de difusão cultural que valoriza a diversidade, a acessibilidade, a inclusão e a sustentabilidade porque transformar vidas é parte da nossa cultura.
SERVIÇO
Natureza Urbana
Data: De 20 de agosto a 20 de outubro de 2024
Local: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h
Classificação indicativa: Livre
Site: naturezaurbana.art
Entrada: Gratuita, mediante emissão de ingressos na bilheteria física ou pelo site bb.com.br/cultura
Bate-papos, oficinas e vivências: Entrada gratuita, mediante inscrição no site bb.com.br/cultura. Atividades sujeitas à lotação. Confira a classificação indicativa.
CCBB Brasília
Funcionamento: Aberto de terça a domingo, das 9h às 21h
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Especial Sul – Brasília – DF
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