Foto: Rodeio Crioulo | Blog 123 Milhas
Um estudo realizado pela Universidade Feevale, em colaboração com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), analisou o impacto econômico do tradicionalismo no Rio Grande do Sul. Em 2023, o setor movimentou R$ 4,5 bilhões, conforme apontou a pesquisa intitulada “A participação do Tradicionalismo no Produto Interno Bruto (PIB) do RS”. O lançamento do estudo ocorreu no Piquete Negrinho do Pastoreio, durante o Acampamento Farroupilha 2024.
A pesquisa contou com a participação das secretarias de Turismo (Setur), Cultura (Sedac) e Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Segundo o Governo do Estado, esta foi a primeira vez que o tradicionalismo foi mapeado como um setor produtivo, abrangendo eventos como rodeios e festas, além de itens culturais como pilchas e alimentos. O estudo foi realizado entre julho de 2023 e abril de 2024, categorizando e mensurando nove eixos diferentes.
Ernani Polo, secretário de Cultura do RS, destacou a importância da pesquisa, que oferece uma análise detalhada dos segmentos do tradicionalismo. Ele afirmou que o estudo científico confere mais credibilidade ao setor, permitindo que aqueles que vivem do tradicionalismo possam organizar melhor suas atividades. Polo enfatizou que o tradicionalismo deve ser visto não apenas como um fenômeno cultural, mas também como um setor socioeconômico significativo.
José Paulo da Rosa, reitor da Universidade Feevale, expressou satisfação em contribuir com o estudo. Ele afirmou que a Feevale tem o objetivo de melhorar a comunidade e que o apoio a projetos como este é fundamental para reconhecer a importância do tradicionalismo e a contribuição da universidade através de sua abordagem científica.
José Antônio de Moura, economista e professor da Universidade Feevale, autor do estudo, elogiou o trabalho dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) e outras entidades que promovem o folclore e a cultura gaúcha. Moura destacou a importância dos rodeios, do cavalo crioulo e das festas campeiras para a economia do estado. Em 2023, foram realizados 3.264 rodeios, um aumento de 15% em relação ao ano anterior.
O estudo revelou que, em média, ocorrem mais de 60 festas tradicionalistas por fim de semana no estado. Dessas, 9% são grandes eventos, 48% são médios e 43% são pequenos, gerando R$ 980 milhões apenas com inscrições. O investimento total em rodeios, festas campeiras e torneios de tiro de laço foi de aproximadamente R$ 1,3 bilhão, resultando em um consumo de mais de R$ 2 bilhões.
A movimentação econômica detalhada pelo estudo inclui:
- Rodeios: R$ 2 bilhões
- Festas: R$ 613,4 milhões
- Música: R$ 220 milhões
- Cavalo crioulo: R$ 1 bilhão
- Radiodifusão: R$ 2,3 milhões
- Projetos culturais: R$ 65,8 milhões
- Erva-mate: R$ 396 milhões
- Cutelaria: R$ 96 milhões
- Churrasco: R$ 106,5 milhões
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