Coral staghorn de Outplanting no parque nacional seco de Tortugas.
Foto © Carlton Ward | Reef Resilience
O turismo regenerativo está emergindo como uma abordagem inovadora para viajar, especialmente em tempos de crescente preocupação com a crise climática. Ao contrário do turismo tradicional, que muitas vezes se concentra apenas em minimizar os impactos negativos, o turismo regenerativo busca restaurar e revitalizar os ecossistemas e comunidades visitadas, promovendo um impacto positivo duradouro.
Inspirado no conhecimento ancestral de povos indígenas, o turismo regenerativo propõe uma interação mais profunda e respeitosa com a natureza. Ana Duék, influenciadora de turismo sustentável, explica que essa prática vai além da simples sustentabilidade, propondo a regeneração dos ecossistemas. “Não basta apenas sustentar; precisamos regenerar o que já foi degradado”, afirma Ana.
Uma das principais características do turismo regenerativo é sua abordagem sistêmica, que considera o impacto das viagens em todas as suas dimensões. Isso inclui não apenas aspectos ambientais, mas também sociais e culturais, incentivando práticas que beneficiem tanto a natureza quanto as comunidades locais.
Atividades e exemplos práticos
O turismo regenerativo oferece uma variedade de atividades que visam a revitalização ambiental e cultural. Entre as opções estão banhos de floresta, plantio de árvores, e projetos de conservação de espécies e habitats. No Brasil, por exemplo, turistas podem participar do plantio de corais em Porto de Galinhas, Pernambuco, uma iniciativa que ajuda a restaurar os recifes locais e aumentar a conscientização ambiental.
Outro exemplo é o projeto Futuri, no sul da Bahia, que oferece aos viajantes a oportunidade de explorar trilhas ecológicas, interagir com comunidades locais e participar de atividades como o avistamento de baleias jubartes. Essas experiências não apenas educam os visitantes sobre a importância da conservação, mas também contribuem diretamente para a economia local.
Impacto e futuro do turismo regenerativo
O turismo global é responsável por cerca de 8% das emissões de gases de efeito estufa, com o transporte sendo um dos principais culpados. Amanda Liara Selivon, da agência Ekoways, destaca a necessidade de estratégias que incluam energia sustentável e sistemas de transporte coletivo eficientes para reduzir esse impacto.
Embora o turismo regenerativo ainda seja uma prática emergente, especialistas acreditam que ele deve se tornar uma abordagem permanente, dada a urgência das crises ambientais atuais. “Precisamos que esse olhar regenerativo seja adotado por todo o setor de turismo, desde governos até viajantes individuais”, enfatiza Ana Duék.
O turismo regenerativo não é apenas uma tendência passageira, mas uma necessidade vital para garantir que as viagens futuras contribuam para a saúde do planeta. Ao colocar a natureza no centro das experiências de viagem, essa abordagem oferece uma maneira de viajar que é verdadeiramente transformadora, tanto para os destinos quanto para os próprios viajantes.
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