Mesmo quem possui alguma alergia, problema de saúde ou intolerância pode saborear um bom chocolate. Médica e nutricionista ensinam a ler os rótulos, a não cair em “pegadinhas” nos ingredientes e como explicar às crianças a quantidade ideal de chocolate ao dia.
Ninguém fica longe de um chocolate na Páscoa, nem que seja só um pedacinho. Mesmo com a alta excessiva do cacau nesta Páscoa de 2025, celebrada este ano no dia 19 de abril, a iguaria é democrática.
Existem chocolates de todos os tamanhos, preços, permitindo que muitas pessoas possam dar e receber uma lembrancinha, ainda que não sejam os famosos ovos de Páscoa, que tiveram aumento de 9,5% em 2025 e uma queda de 22,4% na oferta, com cerca de 45 milhões de unidades disponíveis no mercado, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).
Independentemente do formato e do tamanho do chocolate que será comprado, o consumidor deve ficar atento ao rótulo do produto para conferir os ingredientes, e especialmente, saber se a pessoa que será presenteada não sofre de algum tipo de intolerância, alergia, ou doença relacionada ao produto.
Mas para aqueles que consideram os rótulos um grande mistério, a alergologista Camilla Pereira e a nutricionista Sarina Giongo Antoniassi, do Eco Medical Center, ensinam a desvendá-los de forma fácil. Assim, até mesmo quem tem diabetes, colesterol alto, alguma intolerância alimentar ou simplesmente não quer infringir a dieta, pode ter uma Páscoa mais saborosa.
Alergia x pegadinhas nos rótulos
Muitos pacientes possuem alergia à proteína do leite de vaca (APLV) ou intolerância à lactose, que não sãog a mesma coisa. Por lei, os rótulos de alimentos precisam conter informações bem visíveis como a presença de leite e de lactose, açúcar, glúten, trigo, ovo, entre outros ingredientes.
E a alergologista Camilla Pereira mostra algumas “pegadinhas” existentes nos rótulos. “Se o alimento está escrito ‘não contém lactose’, não necessariamente ele é hipoalergênico (não causa alergia ao leite). A lactose é o açúcar do leite e ela vem muitas vezes contaminada com proteína, mas as proteínas do leite muitas vezes possuem outros nomes nos rótulos”, alerta a médica.
São exemplos de ingredientes que podem indicar a presença do leite, apesar de não terem a palavra “leite” no nome: soro (isento de lactose, de concentrado de proteínas, desmineralizado), proteína de soro, whey protein, caseína, caseinato (todos os tipos: de amônio, cálcio, magnésio, potássio ou sódio), estabilizantes caseinato de sódio, fermento lácteo, lactoalbumina, lactoglobulina, lactoferrina, composto lácteo, mistura láctea, proteína láctea do soro microparticulada (substituto da gordura), lactose, lactulose, lactulona, tagatose e gordura anidra.
Também são produtos que contêm leite e desencadeiam reações alérgicas em pacientes com APLV: gordura de manteiga, óleo de manteiga, éster de manteiga, diacetil (normalmente usado em cerveja e pipoca amanteigada), corante / saborizante caramelo, sabor de açúcar mascavo, chocolate, saborizantes naturais ou artificiais, aroma ou sabor natural ou artificial de manteiga ou margarina, creme de baunilha, creme de coco, cultura de ácido lático e outras culturas bacterianas e nisina.
Pessoas que têm alergia às oleaginosas (amêndoa, amendoim, avelã, castanha de caju, castanha-do-Pará, nozes, etc.) precisam ficar atentos, pois são ingredientes comuns nos chocolates de Páscoa, incluindo os ovos gourmet.
Já os intolerantes ao glúten ou ao trigo devem lembrar que as colombas pascais possuem estes ingredientes. Emulsificante também é um produto que deve ser procurado nos rótulos e evitado pois, segundo a nutricionista, é altamente cancerígeno.
Para ter certeza que os chocolates são seguros, a pessoa pode fazer seus bombons e ovos de Páscoa em casa, indicam as profissionais.
Quantidade ideal de chocolate ao dia
Um dos grandes desafios dos pais na Páscoa é fazer as crianças entenderem que não podem comer o chocolate todo de uma vez. E até mesmo os adultos não resistem e “abusam”.
A nutricionista materno-infantil, Sarina Giongo Antoniassi, explica que dosar o consumo do chocolate é ideal, mesmo na Páscoa. Ela orienta que os adultos devem liberar pequenas porções, sempre explicando às crianças que doces como o chocolate em excesso podem causar dor abdominal, gases e dificuldade ao evacuar. Ainda, outras estratégias podem ser usadas, ensina Sarina. “O primeiro é dar algo além do chocolate como, por exemplo, um livrinho que conta a história da Páscoa. Os adultos podem escolher os ovos de Páscoa que possuem a casca mais fina, com menos chocolate e chocolates de melhor qualidade. A outra dica é sempre orientar que as crianças comam o chocolate após as refeições, ou seja, após o consumo de alimentos saudáveis”, orienta Sarina.
Cérebro x saciedade: saboreie devagar
Outra dica da nutricionista é saborear o chocolate devagar. Deixar ele derreter na boca e ir sentindo o gosto lentamente. “O cérebro demora cerca de 15 minutos para entender que o alimento está sendo consumido. Se a pessoa come rapidamente, não mastiga adequadamente e já engole, prejudica todo esse processo. Quando comemos rápido demais, além de má digestão, temos prejuízo na absorção dos nutrientes dos alimentos e na percepção de fome e saciedade”, ensina Sarina.
Qual chocolate escolher?
Alergias:
- Chocolate sem leite: escolha os feitos à base de leite vegetal, como coco, amêndoas ou soja. Verifique se o produto é livre de traços de leite.
- Chocolate amargo: com alto teor de cacau (acima de 70%), é naturalmente livre de leite e outros alergênicos.
- Chocolate vegano: feito com ingredientes vegetais como leite de coco, manteiga de cacau e açúcar demerara.
Intolerância à lactose:
- Chocolate sem lactose: feito com leite sem lactose ou outros ingredientes que não causam intolerância.
- Chocolate amargo: naturalmente livre de lactose.
- Chocolate vegano: feito com ingredientes vegetais, como leite de coco, manteiga de cacau e açúcar demerara.
Diabetes:
- Chocolate com baixo teor de açúcar: com adoçantes naturais, como stevia ou xilitol.
- Chocolate amargo: contém menos açúcar que o ao leite.
- Chocolate com alto teor de cacau: rico em antioxidantes e com baixo índice glicêmico, ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue
Colesterol alto:
- Escolha chocolates com menos de 30% de gordura.
- Chocolate amargo: contém menos gordura saturada que o ao leite.
- Chocolate com alto teor de cacau: rico em antioxidantes, ajudam a reduzir o colesterol LDL (“mau” colesterol).
Dieta para emagrecimento:
- Moderação: consumir pequenas porções esporadicamente.
- Chocolate amargo: contém menos calorias e mais nutrientes que o ao leite.
- Chocolate com alto teor de cacau: rico em fibras, que promovem saciedade.
- Serviço: ECO MEDICAL CENTER
- https://www.ecomedicalcenter.com.br
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