Apesar do aumento no preço interno do leite, os altos custos de produção podem prejudicar as margens de rentabilidade, tanto para o produtor quanto para as indústrias do país. De acordo com a última análise de conjuntura da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os valores seguiram em alta no mercado, devido à redução da oferta nas principais regiões produtoras, natural do período mais seco do ano.
No entanto, apesar da valorização do preço pago ao produtor, comparado a anos anteriores, e da redução das cotações de milho e farelo de soja em junho, a relação de troca na pecuária leiteira é uma das menores já registradas no acompanhamento da estatal.
Segundo o estudo, no mês de março, considerando a média de preços de mercado, a situação já era pior do que em 2016, período de grande valorização do grão. No Paraná, a relação de troca leite/milho aumentou em relação a maio, mas é 26,5% inferior quando comparado a junho de 2020, ou seja, menor poder de troca do produtor de leite em milho nesta safra. Quanto ao farelo de soja, a relação de troca vem melhorando pelo quinto mês consecutivo, mas ainda abaixo do que já foi observado em períodos anteriores.
“Historicamente, com o início da colheita do milho segunda safra, as cotações do grão tendem a cair”, explica o gerente de Produtos Pecuários da Conab, Fabiano Vasconcellos. “No entanto, a menor oferta de milho nesta safra e, mais recentemente, os danos ocasionados pelas geadas ocorridas no fim de junho, podem voltar a prejudicar essa relação para o setor leiteiro, já que o produto é utilizado na ração animal e, logo, entra na lista de custos dessa área”.
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