*Por Leticia Mendonça
Recente mente foi anunciada uma nova etapa do Proconve – Programa de Controle aos Novos Limites de Emissões – que deve entrar em vigor a partir de 2022. A medida estabelece limites para emissão de poluentes por veículos automotores leves, que em alguns gases chegam a 40% de redução. Por isso, é natural pressupormos que a indústria automotiva começa a se preparar, agora no segundo semestre, para se adequar ao novo limite. Pensando nessa demanda importante do controle da poluição reuni neste artigo algumas tecnologias em combustíveis do mercado automotivo que podem diminuir o impacto na qualidade do ar – inclusive algumas que estão surgindo e prometem transformar o mercado. São elas: o hidrogênio verde, os carros elétricos e híbridos e os motores flex e a etanol.
Entre os temas colocados em debate recentemente está o hidrogênio verde, que é uma fonte de energia limpa e renovável. O hidrogênio verde é um grande vetor de acúmulo e transmissão de energia e é livre de emissão de CO2. Portanto, para que o futuro da economia global de carbono neutro seja possível, e no menor tempo possível, o hidrogênio verde deverá ganhar força e será cada vez mais presente em todas as discussões para uso como fonte de energia nos diversos segmentos – e principalmente para mobilidade. O hidrogênio carrega uma grande quantidade de energia e pode ser obtido a partir de fontes renováveis, muito abundantes no nosso país. Quando um veículo é abastecido com hidrogênio, o resultado de sua combustão é um vapor de água. Este fator o torna uma das fontes mais limpas disponíveis no mercado. Estamos sempre atentos às tendências e, apesar de ainda não ser comercializado no Brasil, o combustível tem sido colocado em pauta em workshops, fóruns e treinamentos sobre o tema na BASF.
Por outro lado, a eletrificação da mobilidade e a obrigatoriedade de fim da comercialização de carros movidos a combustíveis fósseis já foi estabelecida na Europa e deverá se concretizar até 2035. Por isso, o tema vem ganhando força também no Brasil. Não é novidade que os carros elétricos e híbridos trazem uma série de benefícios. Mas, o que pouco se discute é que, no Brasil, os veículos híbridos, com motor a combustão flex, que circulam a etanol, já tem um nível de emissão de CO2 melhor do que a meta estabelecida para a Europa em 2033. Isto se deve aos biocombustíveis e nossa matriz energética, o que já nos dá condições de atingir a meta estabelecida. Por aqui, os veículos elétricos à bateria ou híbridos começam a se tornar uma realidade. Este ano foram vendidos 7.290 veículos – o que representa um aumento de 29,4% comparado a 2020.
A terceira tecnologia, muito presente no Brasil, são os motores Flex e a Etanol. A produção de biocombustíveis de fontes renováveis, como o etanol, é o que chega mais próximo à neutralidade, e é produzido em abundância no país. Na BASF, temos novas tecnologias em catalisadores já empregadas em nossos clientes para carros flex e a etanol. O catalisador é uma colmeia de cerâmica revestida por metais preciosos capazes de atuar na reação química dos hidrocarbonetos (HC), dos monóxidos de carbono (CO) e dos óxidos de nitrogênio (NOx), gases produzidos pelos motores a combustão movidos a gasolina e/ou etanol. Mais de 99% desses poluentes são convertidos em gases não nocivos. Esse é o catalisador de “três vias”, o TWC, que é considerada a solução mais importante já criada para o combate à poluição. A BASF já contabiliza a redução de mais de 40 milhões de toneladas de poluentes das emissões de automóveis, caminhões e motocicletas do Brasil e países vizinhos na América do Sul, realizada por seus catalisadores. Sem eles, esses poluentes seriam lançados pelos veículos diretamente ao ar.
Estar conectado às possibilidades de inovação e às demandas futuras do mercado, especialmente no setor automotivo, são algumas das prioridades que precisamos manter ativas no nosso dia a dia. E posso afirmar que aqui na BASF estamos atentos a essas inúmeras as possibilidades e os novos desenvolvimentos tecnológicos para garantir uma mobilidade mais inteligente, eficiente e principalmente que não impacte negativamente o meio ambiente. E você está preparado e aberto para construir esse futuro?
*Letícia Mendonça é diretora de Catalisadores da BASF para a América do Sul
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