PIX atinge aceitação plena no e-commerce pela primeira vez na história

Em seu aniversário de três anos de operação no Brasil, o PIX atingiu o teto máximo de aceitação (100%) entre as principais lojas do e-commerce no Brasil. A apuração dessa escalada plena da modalidade foi realizada pelo Estudo Gmattos de Pagamentos em sua edição de setembro de 2023.

Por meio das edições bimensais do Estudo, a Gmattos, consultoria que há mais de 20 anos identifica movimentações nos tipos de pagamento aceitos pelo comércio eletrônico no Brasil, tem acompanhado a evolução do PIX desde janeiro de 2021. É a primeira vez no histórico que ele atinge a plena aceitação, conquistando um status que até então era exclusividade do crédito.

Segundo Gastão Mattos, cofundador e diretor-geral da Gmattos, “o PIX encontrou no ambiente online o cenário ideal de propagação”. “Com usabilidade plena, ou uma conversão chegando a 90% no carrinho, e custo inferior a todas as outras formas de recebimento – 0,33%, em média, para lojas de grande porte –, o PIX ganha espaço entre lojistas e consumidores para o pagamento à vista”, afirma o consultor.

Para alcançar esse patamar, a modalidade superou gargalos para sua integração no checkout de maneiras diversas, adotando desde um processo quase manual via chat pelo WhatsApp até fluxos sofisticados com retornos imediatos no ambiente loja da autenticação PIX no aplicativo da conta do consumidor.

A predileção dos lojistas pelo PIX se evidencia pelo percentual da incidência de incentivos ao pagamento pela modalidade, que em setembro alcançou 42% das lojas, maior propensão registrada no histórico – em julho/23, eram 40%. São oferecidos descontos entre 5% e 20% para os clientes que optam por pagar usando o PIX.

O Estudo Gmattos de Pagamentos de setembro/23 também detectou outro recorde de aceitação no histórico de observações: o do BNPL (“Buy Now, Pay Later”), que atingiu 32,2%, ante 30,5% em maio e em julho/23. A oferta via fintechs e o crediário próprio dos lojistas foram preponderantes no Estudo de setembro, com 36,8% cada um do total do BNPL; o parcelamento via bancos ou financeiras, em viés de queda, somou 26,3% da disponibilização da modalidade.

O cartão de crédito, que, assim como o PIX, possui aceitação plena (100%) entre os lojistas online, enfrenta instabilidade na oferta do parcelado sem juros, devido a demandas regulatórias e interesses não convergentes entre bancos, lojas e adquirentes.

Embora o parcelamento médio sem juros ofertado tenha se mantido em 5 vezes, patamar semelhante ao de edições anteriores do Estudo, verificou-se em setembro/23 uma concentração maior no plano de crédito à vista (1 vez), o qual atingiu sua maior incidência (27%) no histórico de observação. A oferta do parcelado com juros foi baixa, aparecendo em 18,6% das lojas, na maior parte das vezes com cobrança de juros para 11 ou mais parcelas.

“A tendência é de manutenção com viés de baixa para o número de parcelas sem juros, e de aumento dos planos de venda com juros no parcelamento via cartões”, afirma Gastão Mattos.

Entre as demais modalidades de pagamento aceitas pelo comércio eletrônico no país, os boletos reiteraram sua resiliência, chegando a 67,8%, mesmo nível do início de 2023. Sua aceitação tem oscilado entre 60% e 70%, pouco ou nada afetada pela ascensão do PIX. O índice consolidado dos débitos se manteve em 27,1%, e as wallets conservaram sua estabilidade na casa dos 39%.
 

O impacto da fraude nas vendas online 

Uma novidade do Estudo Gmattos de Pagamentos de setembro/23 está em um capítulo especial sobre a fraude nas vendas online. A Gmattos concluiu que, se o custo da fraude para o lojista cair pela metade, o impacto no resultado operacional da loja pode melhorar o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em mais de 30%.

No Brasil, o custo da fraude equivale, em média, a 1,9% das receitas de venda online em bens de consumo e turismo. Ele considera dois componentes: o custo da perda (chargeback), uma vez que, quando a fraude é bem-sucedida, a regra impõe que 100% do prejuízo sejam assumidos pelo vendedor; mais o custo de prevenção à fraude, por meio de ferramentas antifraude e de análise de risco. Em 2022, o custo total da fraude atingiu mais de R$ 8 bilhões no país.

Por ser muito significativa, a incidência de fraude obriga os agentes relacionados ao pagamento (bandeira, adquirente, bancos e lojas) a usarem ferramentas de prevenção, com o objetivo de minimizar seu impacto, mas causando queda na conversão das vendas. Essa queda representou perda potencial de R$ 150 bilhões em faturamento no ano passado.

“A gestão do risco lojista exige atuação permanente, buscando a melhoria das informações, alimentando variáveis de análise na plataforma antifraude e constante ajuste nos patamares de score e critérios da revisão manual”, frisa Gastão Mattos.

A edição de setembro/23 do Estudo Gmattos de Pagamento, – que conta com o patrocínio da Telesign, avaliou 59 lojas online de destaque no país, dos mais diversos segmentos, as quais, juntas, representam volume dominante no mercado brasileiro. As observações aconteceram na primeira semana do mês.

 

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