Financiamento e inovação: Agtechs lideram revolução sustentável na agricultura


No contexto das ações climáticas, Ray Dalio, fundador bilionário da Bridgewater Associates, declarou na recente COP28 em Dubai que o dinheiro desempenha um papel crucial na salvação do planeta. Dalio destaca a importância da viabilidade financeira dos fundos de impacto e climáticos, alertando que a falta de rentabilidade pode resultar na perda de apoio dos investidores, comprometendo as ambiciosas metas de neutralidade de carbono até 2030.

Desde a COP26 em Glasgow, onde mais de US$ 130 bilhões foram anunciados para financiar soluções climáticas, houve uma mudança no cenário. No entanto, os retornos dos fundos de impacto têm sido modestos, levando a uma diminuição no entusiasmo dos investidores. Dalio destaca a urgência de garantir US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões anuais para combater o aquecimento global, enfatizando que investimentos inteligentes e retornos sólidos são essenciais para esse financiamento.

Os números confirmam essa necessidade, com o índice S&P Global de energia limpa registrando uma queda de 30% neste ano, enquanto o índice geral S&P500 apresentou um aumento de 20%. Essa disparidade ressalta a importância da inovação financeira para atrair investidores privados, exemplificada por iniciativas como o projeto “debt-for-nature” do Goldman Sachs.

Enquanto especialistas financeiros exploram formas inovadoras de financiar iniciativas climáticas, startups estão se destacando no âmbito da agricultura, buscando revolucionar o setor por meio de tecnologia e modelos de negócios criativos. O desafio é persuadir pequenos e médios agricultores a adotarem práticas climaticamente inteligentes, mesmo diante de margens apertadas e mercados voláteis.

Nesse contexto, startups Agtech estão introduzindo modelos de negócios inovadores para incentivar agricultores. Um exemplo é a Kilimo, startup argentina de gestão de recursos hídricos, que, após vender inicialmente plataformas de gestão de sistemas de irrigação a pequenos agricultores, passou por uma transformação em seu modelo de negócios. A Kilimo, reconhecida pelo Fórum Econômico Mundial, abordou grandes corporações, oferecendo um esquema inovador de compensação de água, no qual as empresas pagam aos agricultores pelo uso da tecnologia da Kilimo. Isso resulta em compensações de água que as empresas podem utilizar para cumprir seus objetivos de impacto, proporcionando eficiência e economias financeiras aos agricultores.

Esse caso destaca o papel crucial da Agtech no combate às mudanças climáticas, enfatizando que, além da tecnologia, modelos de negócios inovadores são fundamentais para a adoção pelos agricultores. Agtechs e gestores de fundos de impacto devem continuar a busca por soluções criativas que atraiam clientes e capital.

Em resumo, a interligação entre dinheiro, inovação e Agtech oferece um caminho promissor para um futuro sustentável. Reconhecendo a interdependência entre sucesso financeiro e responsabilidade ambiental, podemos iniciar uma era em que o lucro e a preservação do planeta caminham lado a lado, estabelecendo a sustentabilidade como o novo padrão para o nosso mundo.

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