Foto: Fernando Frazão | Agência Brasil
O Museu do Pontal, situado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, está se preparando para receber a segunda edição do Festival das Culturas Indígenas nos próximos dias 13 e 14 deste mês. Este evento, que tem entrada gratuita, promete ser uma celebração diversificada das tradições e expressões das comunidades indígenas do Brasil. Com uma programação rica e variada, o festival oferecerá aos participantes uma série de atividades que incluem oficinas, apresentações musicais, exibições de filmes, bate-papos, feiras de artesanato e gastronomia.
A curadoria do festival é resultado da colaboração entre a equipe do Museu do Pontal e dois educadores indígenas residentes no Rio de Janeiro, Pacari Pataxó e Carmel Puri. Juntos, eles trabalharam para garantir uma representação autêntica e abrangente das culturas indígenas, proporcionando aos visitantes uma imersão verdadeira neste rico universo cultural.
Uma das atrações principais do festival será a exposição de Carmézia Emiliano, artista plástica macuxi, que apresentará pela primeira vez no Rio de Janeiro sua coleção de 21 pinturas. Nascida em Roraima, Carmézia é reconhecida como uma das mais importantes artistas indígenas do Brasil, retratando o cotidiano e a vida de seu povo desde os anos 1990. A mostra ocupará uma sala e o saguão do museu, proporcionando aos visitantes a oportunidade de mergulhar na riqueza da arte indígena contemporânea.
O festival terá início no dia 13, às 10h, com uma oficina educativa de pintura corporal conduzida por Pacari Pataxó, da Bahia, nos jardins do museu. Utilizando pigmentos extraídos do jenipapo, os participantes terão a chance de experimentar esta forma tradicional de expressão artística e cultural.
Um dos momentos mais aguardados do festival será a presença do cacique e xeramoi (liderança espiritual) Augustinho da Silva Karai Tataendy Oka, da aldeia Araponga, de Paraty, na Costa Verde fluminense. Com seus notáveis 103 anos de idade, Augustinho é uma das principais lideranças espirituais guarani mbya na Região Sudeste. Ele compartilhará com o público a cerimônia ancestral Nhemongara’I, realizada anualmente em sua aldeia, oferecendo uma visão única das tradições e rituais sagrados de seu povo.
A programação incluirá também uma mostra de cinema indígena, com a curadoria da renomada cineasta Olinda Tupinambá. Serão exibidos três filmes que oferecem perspectivas fascinantes sobre as culturas e realidades das comunidades indígenas do Brasil, proporcionando uma oportunidade para reflexão e diálogo.
Além disso, o festival contará com a presença de diversos artistas, escritores e líderes comunitários indígenas que compartilharão suas histórias, conhecimentos e talentos. Oficinas sobre a importância das sementes, apresentações musicais e atividades culturais estarão disponíveis ao longo dos dois dias do evento, proporcionando aos participantes uma experiência enriquecedora e inspiradora.
O projeto Bebês no Museu do Pontal oferecerá uma oportunidade especial para os mais jovens participarem do festival, com uma roda de musicalização conduzida pela atriz e contadora de histórias Mel Xakriabá, que apresentará cantos e instrumentos da nação xakriabá.
Para encerrar com chave de ouro, o cacique Carlos Doethyró Tukano fará uma palestra sobre a defesa dos direitos dos povos indígenas e a cosmologia do povo tukano. Esta será uma oportunidade única para os participantes aprenderem e se envolverem com questões fundamentais relacionadas aos direitos e à preservação das culturas indígenas no Brasil.
Durante os dois dias do evento, a DJ Cris Panttoja garantirá a atmosfera animada nos intervalos das atividades, compartilhando sua pesquisa sobre música brasileira e garantindo que os visitantes desfrutem de uma experiência verdadeiramente imersiva no mundo das culturas indígenas.
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