Imagine uma moda onde o luxo encontra a sustentabilidade, onde peças de grandes marcas – algumas nunca usadas – têm a chance de reescrever sua história. Essa é a proposta do Atacama RE-commerce, uma iniciativa disruptiva que transforma o desperdício da indústria fashion em uma nova oportunidade de consumo consciente. O projeto permite que consumidores adquiram roupas em perfeito estado sem custo algum, pagando apenas pelo frete – como se estivessem, literalmente, resgatando peças esquecidas no deserto.
Criado pela Artplan, com assinatura da VTEX e parceria institucional com Fashion Revolution Brasil e Desierto Vestido, o projeto acende um alerta sobre o impacto ambiental do setor e convida a repensar os modelos de superprodução. Afinal, o descarte têxtil no Deserto do Atacama já soma cerca de 39 mil toneladas de roupas anualmente, resultado direto do fast fashion global, que descarta peças novas ou pouco usadas vindas dos Estados Unidos, Europa e Ásia.
MODA COM PROPÓSITO
Segundo Mariano Gomide de Faria, CEO da VTEX, a missão do projeto vai além da reutilização: “Cada peça tem uma história e um propósito. Queremos resgatá-las, promovendo um consumo mais consciente e responsável”.
O funcionamento do Atacama RE-commerce é impecável: uma curadoria especializada seleciona, higieniza e organiza as peças antes de disponibilizá-las na plataforma digital. O consumidor acessa o site, escolhe os itens desejados e arca apenas com o envio – uma verdadeira revolução na forma de consumir moda.
Para Ángela Astudillo, cofundadora da Desierto Vestido, iniciativas como essa são essenciais para desafiar o desperdício e incentivar a economia circular: “O impacto ambiental da indústria têxtil é gigantesco. Alternativas como o RE-commerce são passos fundamentais para preservar os recursos naturais e as comunidades afetadas por esse problema”.
UM NOVO OLHAR SOBRE O FUTURO DA MODA
Mais do que um projeto de reutilização, o Atacama RE-commerce é uma provocação ao status quo da moda. Fernanda Simon, diretora executiva da Fashion Revolution Brasil, reforça: “Não queremos apenas vender roupas, queremos questionar o modelo de produção e consumo acelerado. Vivemos uma Emergência Climática e a moda precisa assumir compromissos mais robustos”.
O conceito de criatividade ganha um novo significado nas palavras de Rodrigo Almeida, CCO da Artplan: “Transformamos um problema real em uma narrativa poderosa. Não estamos apenas dando nova vida às peças descartadas, estamos contando a história delas e incentivando um olhar mais crítico sobre o consumo”.
A mensagem é clara: cada peça carrega valor, memória e potencial para um recomeço. O Atacama RE-commerce prova que a moda pode (e deve) ser repensada – e que luxo, estilo e sustentabilidade podem, sim, caminhar juntos.
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